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Morto nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, o Papa Francisco foi autor de diversos livros, muitos deles publicados no Brasil, incluindo duas autobiografias recentes – uma lançada pelo Grupo Companhia das Letras e outra pela HarperCollins Brasil.
Em fevereiro deste ano, chegou às livrarias pelo selo Fontanar o livro Esperança, traduzido por Federico Carotti, Iara Machado Pinheiro e Karina Janini. "Esta é a história de um homem que, para além de sua autêntica humildade, é dotado de um olhar a um só tempo astuto, esperançoso e em direção ao futuro – uma raridade nos tempos em que vivemos", diz a sinopse do livro.
Esperança foi lançado originalmente no início de 2024, e foi o primeiro livro autobiográfico de um papa em atividade, publicado em mais de 80 países. O volume traz as memórias, reflexões e revelações do Papa Francisco, desde seus tempos de infância na Argentina até o conclave, que fez dele o primeiro pontífice latino-americano. O volume é ilustrado com fotos de arquivo, muitas das quais nunca antes divulgadas.
O selo Fontanar também publicou outras obras de Jorge Mario Bergoglio (nome de batismo do Papa Francisco), como O amor é contagioso – O Evangelho da Justiça, Caminhar com Jesus e Lições do Papa Francisco, este uma reunião de homilias, falas e discursos.
Em 2024, a HarperCollins publicou o livro Vida: A minha história através da História, também assinado pelo Papa Francisco, um projeto global da editora. "Ao contar aqui, pela primeira vez, a história de sua vida, reconstituída a partir dos acontecimentos históricos que marcaram a humanidade nos últimos oitenta anos, Papa Francisco partilha seus valores cristãos e as origens das ideias que muitos consideram audaciosas e que distinguem seu pontificado: as declarações corajosas contra a pobreza e a destruição do meio ambiente, as exortações aos líderes mundiais para traçarem um caminho diferente em questões como o diálogo entre os povos, a corrida armamentista e a luta contra as desigualdades", explica a sinopse da editora. A tradução é de Milena Vargas.
No livro, lançado em março de 2024, Francisco escreveu que já havia deixado uma carta de resignação pronta no caso de não poder ser capaz de seguir em frente com o papado. O que não foi preciso. O papa morreu no dia seguinte ao domingo de Páscoa, quando fez sua última aparição pública.
Ambas as biografias alcançaram a Lista de Mais Vendidos no Brasil.
A Loyola e a Paulus ainda publicaram no país diversas das encíclicas e exortações apostólicas, espécies de tratados teológicos tradicionalmente divulgados pelos líderes da Igreja Católica ao longo dos anos.
A Editora Vozes também lançou alguns livros reunindo discursos e falas de Francisco, como Ternura, o estilo de Deus, Coragem!: As razões de nossa esperança e O sorriso de Deus: Bom humor e alegria na vivência da fé, com organização realizada por diversos especialistas.
A Intrínseca também lançou Vamos sonhar juntos: O caminho para um futuro melhor, uma reflexão do então Papa sobre a crise gerada pela pandemia de covid-19. E em 2019, a Petra publicou O futuro da fé: Entrevistas com o sociólogo Dominique Wolton, no qual o Papa conversa com o cientista social francês.
Diversos livros sobre a trajetório e o pensamento de Francisco também foram lançados por aqui.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes piemonteses. Seu pai, Mario, era contabilista e trabalhava como ferroviário, e sua mãe, Regina Sivori, era dona de casa, tendo cinco filhos. Em 11 de dezembro de 1958, após ter obtido o diploma de técnico químico, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. Em 13 de dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote e em 22 de abril de 1973 fez os votos perpétuos. Em 20 de maio de 1993, João Paulo II o nomeou bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires, recebendo a ordenação episcopal em 27 de junho, na Catedral de Buenos Aires.
Em 28 de fevereiro de 1998 foi eleito arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina. No Consistório de 21 de fevereiro de 2001, João Paulo II ofez cardeal com o título de São Roberto Belarmino. Em outubro do mesmo ano foi nomeado relator-geral adjunto na X Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao ministério episcopal. De 2004 a 2008 presidiu a Conferência Episcopal Argentina e em 13 de março de 2013 foi eleito papa, adotando o nome de Francisco.
