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O título Leão XIV: A vida do novo papa e seus desafios à frente da Igreja (Petra) apresenta a trajetória do missionário que atuou no Peru antes de se tornar dignitário do alto escalão do Vaticano. De perfil discreto e conciliador, Leão XIV é descrito por Henning como um “homem de paz e unidade”, escolhido para liderar a Igreja em meio a tensões internas, divergências teológicas e um cenário de crescente confusão em termos da disciplina e moral religiosa.
Além de reconstruir os bastidores do último conclave, que surpreendeu pela rapidez e pelo nome inesperado de seu eleito, o livro contextualiza o papel de Leão XIV à luz do legado deixado pelo Papa Francisco. Ao revisitar a história recente da Igreja e seus últimos pontificados, Christophe Henning propõe uma leitura abrangente e sensível sobre o novo tempo que se inicia no Vaticano. A obra traz ainda um caderno de fotos e prefácio de Mirticeli Medeiros, jornalista e vaticanista brasileira, com PhD em História da Igreja pela PUG-Roma.
A vida pessoal do novo Papa
A biografia também mergulha em detalhes da vida pessoal e familiar de Robert Francis Prevost, revelando uma trajetória marcada por sua vocação precoce. Nascido em Chicago, em 1955, filho de mãe espanhola e pai de origens sa e italiana, Prevost cresceu no bairro operário de South Side. A família vivia em uma casa de tijolos adquirida em 1949 e seguia uma rotina simples, entre partidas de beisebol, banhos de piscina e viagens curtas de trem pela cidade. Ele e os dois irmãos foram educados por religiosos da ordem de Santo Agostinho, a qual viria a moldar profundamente o caminho espiritual de Robert.
Desde cedo, porém, algo o distinguia dos demais. Ainda criança, gostava de brincar de Missa com os irmãos e vizinhos. “Algumas crianças gostam de brincar de guerra e ser soldados? Ele queria brincar de padre”, contou John Prevost, irmão do papa, em entrevistas à imprensa americana. “Ele pegava a tábua de ar roupa da nossa mãe, cobria com uma toalha de mesa e dizia que era o altar. Sabia as orações em inglês e em latim, e fazia isso o tempo todo. Levava muito a sério.”
Aos 14 anos, ingressou no seminário menor da congregação agostiniana, ao qual permaneceu ligado por toda a vida. “Mesmo quando adolescente, ele sabia o que queria fazer e para onde queria ir”, lembrou um ex-colega de escola.